OPOSTOS TÃO IGUAIS

Sim, eu sei

Não sei de nada

Eu sei de tudo

Sei que não sei rimar

Não sei explicar o que se passa em meu coração

Ou sei e tenho medo de mostrar que sei

Com medo que o medo lhe afaste de mim

Afaste-lhe daqui de um lugar invisível e seguro que construí

Esta muralha sem muros e pontes

Sim, eu sei

Você pode fugir, ir embora, não sei

Eu também posso fugir daqui

Fugir de mim

Fingir pra todos que sou feliz

Sim, eu sei

Somos estrangeiros de nós mesmos

Expatriados

Ciganos

Perdidos

Cachorro tentando pegar o rabo

A fome do miserável

A ferida exposta com a mosca em cima

Sim somos fogo e água

Sou rio tentando ser mar

Você é tormenta, é furacão

Sou contemplação e você agitação

Sou calmaria, você tornado

Sou bossa, sou praia, sou canto, sou zen

Sou jazz, sou montanha, sou além...

Enigma, eclipse lunar, raiz forte

Aquilo que ainda não nasceu

E você?

E você?

Quem é você?

Se nem mesmo eu sei quem eu sou

De repente um eterno aprendiz

De repente um eterno trabalhador das idéias

Das mazelas, das indigências humanas

Poeta errante

Tentando achar a palavra certa

Na hora certa

Tão fácil ser você, não é mesmo?

Prefiro ser o eterno “em construção”

Obs: Caminhando pra 300º postagem, obrigado a todos vocês que prestigiam o Lua..em breve novidades...hehehe. 

Obs: Foto extraída do Google.