18 de dez. de 2012

COMO SEPULTAR OS VIVOS?



Fico muito gratificado de saber que meus textos são de alguma importância para a vida de muitos que aqui vem. Constantemente recebo mensagens de leitores amigos que dizem que alguns posts geram uma alta identificação em suas vidas e que de alguma forma maravilhosa e mágica as coisas que digo aqui tocam a alma deles. Não há nada mais gratificante pra quem escreve que saber disso. Acho que é um dos papéis a que me proponho aqui no Lua, levar reflexão, questionamento aos amigos sobre as coisas que nos angustiam, nos mobilizam e movem. Sou um amante das ideias ( não diria das palavras) porque na escrita tenho encontrado a minha salvação para lidar com os meus medos e fantasmas, foi o o jeito que encontrei de desabafar e expurgar sentimentos.

Hoje a postagem se refere a um assunto delicado e triste que é o sobre o fim dos relacionamentos. Quem acompanha a existência do blog sabe que o blogueiro que vos fala sempre foi motivado pelo amor é só observar as centenas de poesias postadas aqui. Hoje o blogueiro encontra-se mais triste do que normalmente. Venho falar do sepultamento das pessaos que amamos e permanecem vivas. Quem de nós já não teve que romper, ou foi alvo de outro alguém que rompeu uma relação? Seja amorosa, familiar ou de amizade?

Dizer a adeus a quem se ama na forma física é doloroso demais, mas sabemos que não existe mais a possibilidade de contato físico mesmo. Alguns acreditam em outras chances, outras vidas, mas enfim e quando se trata de sepultar os vivos?

Gikovate renomado psicanalista já disse que a dor do amor perdido é um velório onde nos sentimos ou o velado ( o morto amoroso) ou quem nos está velando. Quando o amor acaba sentimos o luto dentro de nós de maneira que somos convidados a nos deparar com uma série de sintomas: animosidade, apatia, angústia, tristeza, esgotamento físico, enfim nos sentimos derrotados emocionalmente falando. Velar um amor que um dia foi tão bonito, especial e desejado nos mostra a transitoriedade da vida. Entendemos ás duras penas que as coisas por mais sonhadas e desejadas são apenbas projeções que um dia podem vir acabar.

Um relacionamento não se constrói do dia pra noite. Requer muitooo empenho e dedicação. Amor, amizade, companheirismo, aceitar o outro em seu melhor estado como também no pior. Aceitar as diferenças, aceitar a vida que o outro tinha antes de conhecê-lo e ter consciência que ninguém entra zerado na vida de ninguém ( o bom disso é a bagagem que carregamos de outras experiências amorosas).

Quando se termina um relacionamento de 1 ano, 5, 10, 20 anos de convivência nos damos conta que aquela historia que um dia fora tão sonhada e planejada esfarelou dentro de nós. Ou porque o amor foi se desgastando, ou porque ambos não souberam conservar a chama acesa. Mas terminar quando não se ama é fácil, mas e quando se ama? Alguns poderão dizer que se é amor de verdade não se termina, se transforma, se repensa a relação, mas e quando não temos a sabedoria verdadeira de reconhecer nossas falhas, erros e não conseguimos mais administrar a coisa toda?

Hoje passo por este grande dilema emocional: todas as alternativas foram acolhidas em prol do meu amor ou simplesmente me dei conta que criei expectativas ilusórias em relação ao outro e agora me deparo com a verdade mais cruel que ninguém muda ninguém e que devemos aceitar as limitações do outro? Sei que tenho os meus defeitos, minhas falhas, mas como manter o amor dentro de um cenário de brigas dantescas sem o menor motivo aparente? Como manter uma relação depois de sucessivos desgastes?

Tomar a decisão de partir, ir embora, jogar a toalha, deletar o passado, páginas, fotos, lembranças é muito doloroso, porque estamos sepultando os vivos. Deixando uma historia para trás, uma vida que fora vivida e almejada, enfim virar a página sempre é muito difícil. A pergunta de deixo no ar: "O verdadeiro amor supera tudo, até mesmo egos inflados de vaidade e cegueira?"

Quando uma relação acaba não existem vencedores ou perdedores, existem pessoas que não conseguem mais falar a mesma língua que um dia foram tão próximas, parecem estranhas, anônimas novamente.

UM GRANDE BEIJO A TODOS QUE DE UM JEITO OU DE OUTRO SEMPRE ME AJUDAM.

20 comentários:

  1. Terminos nunca são bons, mas necessários, ou terminamos pois queremos seguir nossa vida sem aquela pessoa que estava ao nosso lado, ou terminam com a gente que é bom também de certa forma, melhor acabar logo que ter alguém ao seu lado que n te ama.

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    1. Frederico:

      Felizmente ou infelizmente precisamos passar dias ruins para encontrar dias melhores lá na frente. Estamos sempre em processo de melhora, de crescimento, de busca, de conhecimento.

      Abraços, querido.

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  2. Bom dia, Edilson. Por alguma razão eu tinha de ler esse texto que fez eu refletir demais e concordar com absolutamente tudo.
    Quando amamos um amor carinhoso, suave, com brilho no olhar e generoso, nossa alma flutua.
    Quando vemos que esse mesmo amor que sentíamos por problemas mil foi desgastado e não sabemos ao certo onde começaram as ofensas e acusações, chegamos a não crer como isto foi possível.
    O ruim é quando o outro sempre pede desculpas e sempre incorre no erro.
    Impraticável viver com alguém que muda a cada semana, que deixou de ter a essência que unia.
    Mas como você disse, quando amamos acabamos adiando o término, mas na realidade ele já existe dentro de nós nas lágrimas que vertemos, na dor que sentimos, nas incostãncia no comportamento deixando uma margem para outra chance.
    É MUITO DIFÍCIL "ENTERRAR OS VIVOS", ainda mais quando pensamos em suas boas qualidades sabendo que elas não sustentarão o amor pleno.
    Será que tem jeito? Não sei. Penso mais em esgotar todas as possibilidades e quando isso ocorre, é mesmo melhor encontrar um novo amor, que seja em tudo cúmplice e respeitador.
    Amei o seu espaço e já me instalei aqui com prazer.
    Parabéns!
    Tenha um 2013 de muita paz e amor e um natal de 365 dias no ano.
    Beijos na alma.

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    1. Patricia:

      Que alegria saber que o texto lhe serviu de ajuda e orientação no meio de tantos textos espalhados por esta imensa blogesfera. Fico muito feliz quando recebo depoimentos tão eloquentes e cheios de sinceras palavras.

      Amar de fato é uma das tarefas mais árduas que temos conhecimento. Amar o fácil, o cômodo, o que nos dá prazer é moleza, não é mesmo? Mas quando nos deparamos com as grandes adversidades e dificuldades que um relacionamento também nos traz nos vemos diante de um grande desaffio a ser enfrentado (ou não).

      Quero acreditar que toda dedicação e empenho nos leva ao caminho da evolução e melhora como pessoas, quero acreditar no amor e no seu poder maravilhoso, mas o amor só sobrevive se estiver embuídos da vontade de crescer sempre e aprender as nuances (nossas e do outro).

      Beijos e volte sempre. Luz.

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  3. eu não entendi se vc terminou seu namoro ou se vc está apenas falando sobre como é passar por isso... se for o primeiro caso, ofereço meu ombro para o que vc precisar.

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    1. Foxx:

      Digamos que vivo momentos de intensa turbulência emocional, mas ainda busco maneiras de sobreviver diante de tantos episódios de dor, tentando enfrentar meus medos, angústias e enxergando além de tudo maneiras de crescer na dor.

      Grato pelo seu carinho, você é muito querido.
      Beijo.

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  4. Bom, meu caro amigo: cabe a você decidir se a decisão é definitiva ou não. Enquanto há vida, há esperança. Enquanto há sentimento, há espectativa de melhoras, de felicidade. Enquanto há saúde, ânimo, vontade de viver... haverá a chance de dias melhores... sozinho ou acompanhado.

    Conte comigo.
    Te gosto pra carai... :D

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    1. Raphael:

      Oie meu amigo querido eu agradeço muito o apoio que tem nos dado ao longo destes dias penosos. Estou aberto a tudo, aberto ao amor, aberto a vida, desde que veja melhoras reais em mim e no próximo. Muitas vezes precisamos nos confrontar com a dor para nos darmos contas de nossas falhas, de nossos erros, das nossas imaturidades, viver dói, crescer dói mas ainda assim é maravilhoso e recompensador.

      Te gosto pra caraí tb....rs

      Beijo.

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  5. vc tão somente fechou um ciclo querido ... sei q toda transformação tem a sua dificuldade para ser assimilada ... mas o tempo é o senhor de todas as coisas ...

    fica bem querido

    bjão

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    1. Bratz:

      A minha questão é não querer fechar o ciclo, mas buscar a melhoria da coisa toda...rs

      Vamos caminhando um dia após o outro.

      Bjão meu amigo.

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  6. Puxa Bratz assim não vale..rsss. Eu ia falar justamente isso para o Edilson. Viva este momento, a dor, por pior que possa parecer e deixe que o tempo cure suas feridas. Quando estamos no olho do furação parece que não nada a frente. Mas depois vem a calmaria e com ela a alegria, a paz, novos amores. Grande abraço.

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    1. Fabio:

      Vamos deixar as feridas serem cicatrizadas, lidar melhor com a propria dor e encontrar na dor respostas para uma possível evolução.

      Abraço grande e grato pelo carinho.

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  7. Hero-friend... "pra frente é que se anda" e um rapaz garboso, antenado e bem-resolvido como vc vai ir sempre muito mais longe. E quando "percisar" conte conosco. Sempre!!!!! Hugzitos!

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    1. Fred:

      Sabe meu amigo, é uma conversa entre a razão e a emoção, eu sou bem emocional e em função disso nem sempre tomo as atitudes mais assertivas, sou coração, sou assim, é complicado mudar do dia pra noite. Espero encontrar respostas neste sofrimento e crescer (Deus é mais)...rs

      Beijos, mysuperherofofofriend.

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  8. Não acredito em destino, aliás, ultimamente venho me perguntando em que eu acredito. Talvez em quase nada mais. Enfim, mas este não é o caso a ser tratado neste meu comentário. Invoco o “destino” nestas palavras, pois quando escrevi meu último comentário e atualizei sua página vi este texto que agora começo a traçar as linhas de comentário. O ignorei por um tempo e volto hoje. Exclusivamente hoje que terminei a leitura de um romance – Bolor, de Agusto Abelaira – que caracteriza-se, posso ousar dizer, por ser uma narrativa muito dolorosa, a tal ponto que dois personagens que estão casados dizem um ao outro: não somos felizes, mas escolhemos viver um com o outro, pois não aguentamos nossas solidões. (Não é um trecho do mesmo, adaptei para melhor caber a ideia).

    Quem sou eu para falar de algo que jamais vivi? Ninguém, óbvio. Porém, como a vida é irônica, passei por diversas vezes como conselheiro de relacionamentos e analisar os casos, prestar atenção nos pormenores, nas falas ditas e escondidas; sem mencionar nas inúmeras leituras que tenho de literatura, filosofia e por que não dizer de psicologia. Posso dar-me ao luxo de expor o que penso, contudo não leve estas palavras como conselho, pois o ser humano não agrega conselhos, não os segue, já que somos movidos, como bem explica Schopenhauer, por pulsões. Se temos vontade, fazemos, senão, fica por isso mesmo. O pior de tudo é o cinismo que toma conta desses impulsos e por isso procuramos as mais absurdas explicações para justificarem o feito impulsionado pela vontade.

    Analisando seu texto, está claro que ao longo de mais da metade você apenas tenta, de forma universal, por sinal, definir o que seria o amor, uma convivência com quem se ama e principalmente (lá pelas tantas) o que acontece com este amor quando (puxo de novo o Abelaira) este fica embolorado.

    Ser sentimental, subjetivo, movido ao amor (o que seja) todo ser humano é. Porém com outra nomenclatura e variabilidade de escalas. Contudo há de se levar em conta um dado muito importante que muitos esquecem. Quando se ama se acostuma com o ser amado. Claro que para isso há, como você bem descreveu, uma construção na bendita relação. O costume traz consigo a presença de alguém, este preenche um vazio que herdamos desde o nascimento. O homem é um ser solitário que busca desesperadamente uma companhia. Por isso temos o conceito de família, amigos e amor (no sentido de matrimônio, namoro, etc).

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  9. Quando estamos numa situação triste é muito complicado enxergarmos muitos pormenores que deveriam ser avaliados. Isto é natural de não acontecer, pois quando se está sob forte emoção parece que todos os sentidos caem por terra e só o que resta é a ruminação desta tristeza, dor, solidão.

    O ato de escrever é um ato de exorcismo. Nunca o que escrevemos é cem por cento verdade. Isto porque colocamos em xeque a noção de real (mas deixemos esta noção para a literatura e filosofia), vamos a uma mais simples: o ponto de vista. Até que ponto há verdade no que é relatado? Será que você não está a mentir, omitir, exagerar ao escrever estas linhas? Não conscientemente, mas no seu subconsciente? Digo mais, será que você não está tentando se convencer que está dor é tanta que está a consumir todo o seu eu?

    Ao escrevermos qualquer coisa sobre nós, em primeira pessoa, fazemos uma narrativa. Para que ela exista é preciso que o eu narrado (no caso seria o descrito, o ser que é contado) esteja no passado; mas aquele eu que conta deve se encontrar no presente. Não são os mesmos. Tanto é a diferença entre ambos que você só é capaz de contar o que se passou se você tem consciência disso – e durante a escrita aquilo vai se tornando mais claro e aquele eu a ser contado torna-se menos sábio, ou melhor, nada sabe em comparação ao que narra (que sabe muito bem do que está falando). E você sabe, porém parece lhe faltar algumas coisas.

    Já passou pela sua cabeça que todo esse sofrimento que você diz estar sentindo, esta depressão nada mais é do que fruto de um comodismo? Se vivemos ao lado de alguém por um longo período, este alguém se torna cômodo, comum. Faz parte da nossa rotina, contamos em encontrar este ser, conversar, estar com ele já de maneira automática. O automatismo em questão não se dá só com relação à pessoa que lidamos, mas também diz respeito às ações que foram feitas com esta pessoa.
    Então te pergunto uma coisa: você sente falta dele ou do que fazia com ele? Observe que as questões postas nesta pergunta abrangem respostas diferentes. Não são as mesmas.

    Você já demonstrou claramente que tinha/ e tem consciência de que a relação não dava certo. Por que insistir nela, então? É cômoda? É mais fácil viver nesse jogo de desgastes do que ir a procura de outro “amor”? O que vocês fizeram juntos não pode ser repetido com outro, pois foram ações que somente vocês faziam? (o que é um tremendo engano). Pense no que está em jogo, no que você chama de amor e no que ele representa nesta história. Você ainda está, pelo menos nos textos, na parte superficial da coisa. Está na hora de você arregaçar esta ferida, tirar tudo de podre que ali existir e deixá-la limpa para se curar.

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    1. Carlos:

      Realmente foi extremamente racional em seu comentário, o grande problema é conseguir trabalhar a emoção com a razão. Estou aprendendo a duras penas a melhorar, evoluir, crescer, enxergar coisas que não enxergava antes. Preciso ser corajoso, forte e enxergar além da superfície como você bem disse..rs.

      Abraços querido e grato pelos comentários tão bem elaborados.

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  10. Sei bem o que é passar por isso. Acho que o que mais aconteceu na minha vida foi ter que sepultar relacionamentos que de alguma forma ainda estavam vivos dentro de mim. E só mesmo o tempo para curar, porque nada do que fazemos parece adiantar.

    Acho que por isso hoje em dia é tão difícil me apaixonar, acho que é medo de passar por isso.

    Beijocas

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    1. Dama:

      Sofremos amiga, mas não podemos nos fechar para o amor, para os sentimentos bonitos e nobres, amar é doação, precisamos apenas saber ajustar as dosagens daquilo que recebemos e doamos. Quando encontramos o equilíbrio das coisas tudo fica mais fácil. Precisamos enxergar nossos parceiros como pessoas humanas, que cometem falhas, que também tem defeitos, pois também os possuímos. Não é das tarefas mais fáceis, mas ainda assim é instigante e maravilhoso.

      Amor, amiga, amor. Beijos.

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  11. Oi, Edilson! Menino, tá tudo tão corrido pra mim, e eu tô tão out da blogosfera, que eu cheguei a ler esse post, mas não parei pra comentar porque queria fazê-lo com mais tempo.
    Bom, esse foi teu post que mais mexeu comigo pelo simples motivo de eu também estar passando melo mesmo motivo, mas é um pouco diferente, porque o meu ainda não acabou.
    Whatever, acho muito fácil pensar que temos que agir racionalmente, acho muito fácil pensar que não morremos e a fila anda... Ok, que é verdade, mas a sensação de impotência nos dilacera, e nesses momentos nos parece que nunca mais encontraremos uma pessoa pra substituir essa com quem rompemos. E aí? E as feridas que isso provoca? Ok, o tempo passa e as ciatriza, mas enquanto estamos vivendo esse momento é muito doloroso. É como uma pequena morte. E que parece que nunca vai terminar, e acho que na verdade, nunca termina, porque levamos as cicatrizes pro resto da vida e dos outros relacionamentos. A gente fica mais assustado, mais desconfiado, mais descrente de que alguém possa nos fazer feliz, e as esperanças de que um dia voltaremos a ser sentimentalmente realizados vai se esvaindo, esfriando cada vez mais a nossa alma, e tornando cada vez mais turva a nossa visão.

    Mas... tudo passa, não é mesmo? Mas #comolidar? Díficil. Muito difícil. rs

    Te desejo rápida cicatrização. Beijão e tuuuuuudo de bom em 2013, pois tu merece! ^^

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